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Caruaruense Adélio Lima faz sucesso no cinema e agora na TV Foto: TV Globo/Raphael Dias/Divulgação |
Desculpem
senhores empresários e comerciantes.
Desculpem
senhores industriais.
Desculpem
senhores prestadores de serviço.
Sabemos
muito a importância dos senhores e senhoras na roda viva do desenvolvimento da
nossa Caruaru. Mas, em 2012, não foram seus produtos maravilhosos que saltaram
aos olhos dos seus ávidos consumidores. Este ano, a exemplo de outros que
muitos de vocês mesmos desconhecem, foi de um cara da seara que afirmo ser a mais
importante da cidade, a Cultura caruaruense. E quis o destino que a
personalidade do ano fosse um negro ator do bairro do Salgado e que sempre lutou
para ser um bom homem e pai de família. Quis o destino que durante a sua vida
adulta o Teatro fosse sua grande escola de vida e de talento. Quis o destino
que o seu nome, Adélio Lima, estampasse uma produção cinematográfica que
retratasse um dos nordestinos mais queridos do país.
Adélio
Lima representa muito bem o estigma que a classe artística caruaruense produz há
muito tempo. A eterna cegueira do poder público em abrir espaço, estabelecer
políticas públicas para que outros iguais pudessem aparecer para o mundo. Ou
não foi assim com outros, mesmo tendo participado de grandes produções Brasil
afora? Não fosse a determinação pessoal de alguns, como Adélio, pareceria que o
palco não brilharia nunca.
O
filme Gonzaga – De Pai pra Filho, que teve mais de 2,5 milhões de espectadores
nas salas de cinema e que a Globo exibe a partir de hoje como minissérie,
merecia ser exibida em praça pública para que todos pudessem ver a
grandiosidade não só de Luiz Gonzaga, mas o poder artístico que este
caruaruense sempre teve e que só aguardava uma oportunidade. Talvez ele nunca
mais faça cinema ou TV, talvez ele volte a fazer seu teatrinho básico no cada
vez mais sucateado Teatro João Lyra Filho ou no Rui Limeira Rosal ou até mesmo voltará
durante o São João, quando várias vezes lhe foi negada a possibilidade de
exibir o mesmo talento de sempre. Mas aí ele já terá mais uma história rica
para contar, a de que, além de ter sido Cancão de Fogo, ele já foi o Padre, o
filho do Coronel e tantos outros e que num dia inesquecível para ele e seus
amigos e admiradores de sempre, ele foi o maior nordestino de todos.
Evoé,
Adélio!
Que
os deuses deem mais aos teus filhos do que o que tu encontraste. E que teu
maior patrimônio, a sua integridade, nunca seja abalada por nada.
Ah. Já ia esquecendo... não peço desculpa aos
políticos caruaruenses que ignoram ou usam como decoração nossa Cultura e nossos
artistas. Ele viraram semideuses e esperam sempre que os adoremos.
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